sexta-feira, 27 de março de 2015

5º dia - Bodoquena - A aparição da Anta

Depois de tantos quilômetros rodados, precisávamos fechar a semana com chave de ouro. E foi assim que se procedeu.
Em poucos metros de caminha, pudemos observar que a diversidade de espécies era enorme naquele lugar. Não sabíamos para onde olhar e para quem olhar. Aves voando por todo o lado, jacarés em pequenos lagos (Figura 1), mamíferos atravessando a estrada. Uma loucura!

Figura 1:  Jacaré-do-pantanal (Caiman yacare)
O dia começou ensolarado e muito quente, mas o grupo estava empolgado, pois havia muita coisa pra ser vista. Mas calma aí, toda essa movimentação não foi neeeeeeem o começo.

Durante um ponto fixo, por volta do meio dia, um dos integrantes do grupo decide caminhar sozinho por alguns metros, quando escuta um barulho vindo da vegetação na beira da estrada. Este integrante aproximou-se silenciosamente do local do ruído. De imediato, nada foi observado, até que o mesmo se aproximou tanto, mas taaaaanto do local do ruído, que ele pôde observar, sentir o cheiro, tocar, fazer carinho, abraçar, bater um papo, tomar um sorvete com o animal em questão. Era um Tapirus terrestris (Figura 2), sim, o maior mamífero terrestre brasileiro, A ANTA! 

Figura 2: Anta (Tapirus terrestris) - imagem da internet
Todos do grupo puderam chegar bem próximo do animal. Tratava- se de um macho adulto, muito grande, que pouco se importou com a nossa presença. E então a aventura estava prestes a começar, quando aquele integrante, aquele, que viu a ANTA pela primeira vez, teve um descontrole emocional, sua pressão caiu e o sistema nervoso central entrou em colapso. Os demais membros do grupo não sabiam se ajudavam a pobre pessoa caída no chão que chorava sem parar ou se tiravam foto e apreciavam a beleza do grande mamífero. Bom, faz parte da vida de todo biólogo.

Local da aparição da Anta.

Depois deste simples acontecimento que passou despercebido por nós do grupo, começou a garoar. Que delícia aquela chuva fina refrescante. Mal sabíamos que era o início de uma tempestade com raios e ventania. A chuva refrescante virou o maior medo de todos do grupo. Um medo que durou 2h e meia. Caiu muita água, impressionante!

E depois de uma tempestade dessa, vem o céu ensolarado, claro. Mas junto com o sol forte, tivemos que encarar dezenas de árvores caídas na estrada, que impediam a nossa passagem (Figura 3).

Figura 3: Árvores caídas que impediam o trânsito na estrada.


Este dia não poderia ser melhor. Faltava a cereja do bolo e ela veio, sem atraso.

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